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segunda-feira, 19 de março de 2012



XV Congresso Mulheres Unidas pela Paz-Federação Democrática Internacional de Mulheres
 

XV Congresso Mulheres Unidas pela Paz-Federação Democrática Internacional de Mulheres Mulheres goianas a FMGO tem a satisfação de convocar a todas e a todos para juntar-se a nós nesse ato de democracia feminina  e feminista de 08 a 12 de abril, rumo a Brasília.

No próximo mês de abril, delegações de mulheres, lideranças femininas de Todo o Mundo estarão no Brasil, em Brasília, para o XV Congresso da FDIM, o que para nós é motivo de grande honra.
Muitos países do mundo vivem hoje uma crise avassaladora, levando o desemprego aos lares dos trabalhadores, degradando sua condição de vida e desestruturando as famílias. Essa situação imposta pelos monopólios financeiros agrava-se a cada dia, intervindo pela força e pelas armas, financiando a derrubada de governos e o assassinato de seus governantes, promovendo as guerras de ocupação e a morte de milhares de inocentes, crianças, jovens, mulheres e idosos.

A realização do XV Congresso nesse momento, vem resgata a tradição de luta anti-imperialista da FDIM, desde sua fundação em defesa da Paz, da Solidariedade, da Autodeterminação dos Povos e da Soberania das Nações.
Nossa companheira Márcia Campos, ex-presidenta da CMB e atualmente presidenta da FDIM desde 2002, fez uma excelente gestão e nesse momento conclama todas nós a cerrarmos fileiras e darmos o melhor de nós para fazer deste Congresso um marco na história da FDIM.

Os contatos da Márcia junto ao Palácio do Planalto e, pessoalmente, com a presidenta Dilma estão se encaminhando muito bem e deverá confirmar, até início dessa semana, o momento em que a primeira presidenta do Brasil irá comparecer ao XV Congresso.

Juntar-nos-emos a mulheres de 80 países, dos 4 continentes do mundo. Nossa mobilização será principalmente para o dia 10 de abril, data que participaremos da Marcha das Mulheres de Todo o Mundo pela Solidariedade e pela Paz Mundial, na Esplanada dos Ministérios e do Ato de Abertura oficial do Congresso.

Certas de que podemos contar com a presença de todas, agradeço desde já.


Jucilene Pereira Barros
FMGO-Federação de Mulheres de Goiás
Contatos: (62) 8197-4859

                                                               

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A insanidade homofóbica do deputado João Campos



A proposta é do deputado federal João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica da Câmara, e pretende permitir que a homossexualidade seja tratada como um transtorno passível de cura. Para tanto, o projeto de decreto legislativo prevê a abolição de dois artigos instituídos em 1999 pelo Conselho Federal de Psicologia que proíbem a emissão de opiniões públicas ou o tratamento da homossexualidade como um transtorno.
O Deputado João Campos é também pastor da Igreja Assembleia de Deus, mas o que ele realmente é, é um indivíduo ultrapassado, que usa o tempo da tribuna e o poder que lhe foi dado através do voto do povo, para debates homofóbicos, num tempo em que não podemos admitir a opressão de mentes ultrapassadas. Precisamos de avanço deputado. O tempo não retrocede, a ciência avança, a psicologia não entende o homossexualismo como doença, mas a abordagem de um psicólogo é a orientação para que o indivíduo trabalhe seus conflitos e se aceite como tal. Isso não é uma doença, é uma condição. Ninguém vira homossexual, as pessoas são homossexual. E nessas condições são cidadãos que votam, pagam seus impostos, desenvolvem ciência, fazem arte. Por isso meu nobre deputado, deixando claro que não sou homossexual, mas que tal, aplicarmos em nossas vidas cotidianas a Pedagogia da Libertação.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ditadura sobre o corpo da mulher, na Câmara Municipal de Anápolis, não podemos permitir somos donas do nosso corpo e senhoras da nossa história



Quatorze dos 15 vereadores da Câmara Municipal de Anápolis votaram pela retirada de um parágrafo do artigo 228 da Lei Orgânica do Município (Loma), que prevê a realização de abortos, nos casos previstos em lei, pelos hospitais públicos. A proposta de emenda foi apresentada pelo vereador Pedro Mariano (PP) e aprovada em primeiro turno, na quarta-feira (22). Declara o vereador que sancionou a lei, com a seguinte fala “como cristão e como católico que eu sou, sou radicalmente contra o aborto”.

Com certeza o nobre vereador vê o mundo pela fresta de uma fé estreita, sem questionar a quem pertence o corpo da mulher. A discussão sobre a lei do aborto tem sido acirrada. Nos últimos anos foi usada como pano de fundo na campanha do governo Dilma pelo seu adversário político José Serra e outros, na sua tentativa frustrada de tirar votos, junto com os igrejeiros, como o Pastor Silas Malafaia. 

As feministas se resguardam na discussão, vendo por outra vertente, que só pode discutir o corpo da mulher, a própria mulher. È preciso que esse debate seja travado entre as igrejas e os movimentos feministas. É necessário que discutamos os dois argumentos, não uma discussão isolada, pelos nobres vereadores e meia dúzia de leigos. É necessário analisar a partir da perspectiva teórica e metodológica de pensadores como Bourdieu, entendendo assim a religião como ato simbólico do indivíduo. Vendo assim, percebo que esses debates é a necessidade de politiqueiros mal politizados, sem nenhuma profundidade na política da mulher e representantes de igrejas, padres, pastores, bispos e outros, em busca da monopolização da verdade. Até hoje, na história, nessa visão prevaleceu uma verdade: a religiosa. É necessário outros recortes no momento em que se antecede ao 08 de Março, o Dia Internacional da Mulher, em busca de igualdade.

Nas indagações sobre o aborto, uma das discussões centrais é onde começa a vida. Indaga-se o momento exato em que o embrião torna-se um ser humano. O fato é que não dá para ficar girando a roda, o aborto é uma realidade triste na vida das mulheres brasileiras. As mulheres que decidem abortar sentem-se marginalizadas na hora de procurar ajuda em um posto de saúde, usando assim o artifício de que o aborto não foi provocado. Onde paciente tenta enganar o médico e o médico finge que acreditou. 

Alguns representantes da ciência médica têm dúvidas quanto ao exato momento a partir do qual se pode falar em vida humana. Penso eu pelo recorte do pensamento feminista, tendo como principal argumento o direito inalienável da mulher ao próprio corpo, sob a alegação de que o aborto constitui um problema de fórum íntimo e que deve ser lhe dado o direito de escolha quanto ao número e o momento de ter filhos ou não. Creio que cabe ao Estado fornecer atendimento não só nos casos de abortos permitidos pelo Código Penal Brasileiro, evitando assim a clandestinidade do aborto.

 A posição das igrejas não permaneceu estática durante os séculos. As igrejas procuraram transformar-se, a maioria tornaram-se eletrônicas, facilitando assim a exploração da fé humana, do que contribuir com a verdade da ciência social. Não que seja uma regra, mas a maioria das pessoas que estão a frente das igrejas, cospem teorias, algumas vazias, outras não, mas visando benefício próprio.

Quanto aos nobres vereadores de Anápolis, creio eu que temos tantos problemas sociais a serem discutidos, como as crianças e jovens que se evadem das escolas para o crack, a destruição do meio ambiente, a ausência de saúde pública, os modelos de creches que não suprem a necessidade das mulheres trabalhadoras e outros. 

Não podemos permitir que o corpo da mulher seja ditado por homens em pensamentos isolados.

Companheiras é inadmissível permitirmos esses abusos de alguns vereadores e imposições religiosas que nada tem haver com a fé. Creio eu que Jesus Cristo se envergonha profundamente da maioria dos representantes de igrejas, sendo assim, que alguns usam de violência contra mulheres e abusam da boa fé. O amor e a ética só são falácias. Políticos usam do poder para explorar mulheres. E essa forma de lei também é violência. 

Não sei onde começa a vida, eu só sei que as mulheres que praticam aborto tem vida e merecem respeito. E vamos avançar e deixar para trás as discussões banais, que com certeza não deram muitos votos ao José Serra. Melhor assim.

Jucilene Pereira Barros

domingo, 25 de dezembro de 2011

Flor do Pequi e a política



O estudo sobre a presença das mulheres em espaços de decisão é pertinente. Trata-se da oportunidade de mostrar à sociedade as diferenças entre os sexos, a especificidade da condição feminina, o trato desigual e o mote imperativo em avançar nas mudanças na vida das mulheres para conquistarmos condições em igualdade ao parceiro masculino. Iniciei nesse campo em muitas discussões sobre a mulher na política e no mercado de trabalho.
Percebi que, mulheres ocupando espaços de poder podem fazer à diferença desde que, articulem as demandas de interesse do conjunto da sociedade aos interesses particulares da instância específica as quais pertencem, elaborando a partir da real situação e pautando os pleitos dos movimentos de mulheres.

Conclui, na relação com os homens da direção do partido em que sou militante, a partir deles mesmos, que as diferenças entre os gêneros no poder serão notadas quando a sociedade estabelecer parâmetros de equidade entre homens e mulheres. Mulher na política trata-se de um desafio à rotina, aos costumes e à moral burguesa, contudo a presença delas na política contribui para avançar positivamente nas transformações sociais. Posso afirmar que meu avanço foi a partir do olhar, das discussões acirradas e das reuniões semanais dentro do diretório do partido, tendo como a maior parte dos participantes, homens. Eles mesmos me entusiasmaram, impulsionados pela visão do partido, a ocupar cargos dentro do diretório nacional e municipal.

            Alterações significativas tem acontecido no chão desse país chamado Brasil, com o nascimento de uma nova visão política, entre um movimento antigo chamado Movimento Revolucionário 8 de Outubro e novo como partido institucionalizado, chamado PPL- Partido Pátria Livre. No entanto, ainda ha distinções entre os dois sexos. As mudanças reclamadas urgem por melhorias, e o Brasil tem pressa para se tornar uma sociedade justa construída por homens e mulheres.

Sobre a participação das mulheres nas próximas eleições em 2012, o partido pretende colocar 50% de mulheres na disputa. Por enquanto aqui em Goiás não participam dos debates políticos nem 10%, embora o apelo seja feito a cada dia. Os dados mostram a falta de entusiasmo das mulheres para concorrerem às eleições. De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres alguns fatores têm contribuído para o crescimento da presença das mulheres na política e nas eleições, mas, entretanto esse avanço ainda não chegou ao coração das mulheres goianas. E preciso consciência e dever de luta, tais como, a ruptura com elementos da cultura patriarcal que reserva aos homens o espaço público; maior abertura dos partidos políticos à participação feminina e criação de Secretarias de Mulheres nos partidos que promovem a formação política das mulheres e o enfrentamento coletivo do medo do poder; adoção de mecanismos de promoção da participação política das mulheres, a exemplo da adoção das cotas por sexo nas eleições proporcionais e para a composição das instâncias de direção nos partidos políticos e outras instâncias.
Observa-se que as mulheres que se colocam na militância política ao desenvolverem a rotina da agenda e firmar compromissos no contato com os eleitores e busca de votos, e no exercício do poder demonstram que a prática política pode ser uma ação gratificante e transformadora da sociedade.

Em minha condição de mulher sou um tipo feminino celibatário, que respeito a minha individualidade, não cedo à hipocrisia do gasto manto da virtude, que reivindica a propriedade do amor, para assumir um comportamento libertário em minha vida pessoal, fato permitido aos homens e negado às mulheres. Às vezes me sinto atacada pela moral burguesa de alguns homens e mulheres “meios de esquerda, meio intelectuais”, que frequentam bares “meio ruins”, “meio bons”, em discussões políticas “meio de esquerda”. Usam roupas despojadas em demonstração de seu desprendimento, “meios depreendidos e meio feministas”. Entre meios e meios, esses meios, hoje avancei. Sou Secretaria de Organização do Diretório Provisório Municipal do meu partido, faço parte do Diretório Nacional e tenho apoio total dos homens que não são meios, e muita força das mulheres que são feministas e femininas. Meu partido PPL, Pátria Livre. Rumo à soberania nacional e a libertação das mulheres.

Jucilene Pereira Barros, totalmente PPL- Partido Pátria Livre.

 Dia 28 de Janeiro de 2012, Congresso Municipal do PPL- Partido Pátria Livre, em Goiânia. 
Contato:62)8197-4859/jucilene.barros.ppl@hotmail.com

O massacre da história a contemporaneidade entre a mulher e agonização do regime capitalista



A experiência histórica sobre a mulher brasileira, demonstra que inclusive o proletariado que luta contra os opressores presta pouca atenção à opressão da mulher como dona de casa e esposa. Tão oprimente resulta o costume a respeito da escravidão familiar da mulher! Sem descanso, sem dias de festa, enquanto os outros fazem a festa ela trabalha, sem o menor raio de esperança! Só se pode modificar a situação da mulher desde suas raízes se se alterar todas as condições sociais, familiares e domésticas. A profundidade da questão põe de manifesto o fato de que a mulher é em essência um ponto vivo onde se cruzam as fibras decisivas do trabalho econômico e cultural. O problema da mãe é sobretudo o problema de uma casa, de água corrente, de uma cozinha, de uma lavanderia, de um restaurante, de um supermercado. Porém, também é o problema da escola, dos livros e de um lugar para o descanso. Os açoites do alcoolismo, das drogas e dos companheiros vitimizados caem sem piedade sobre a dona de casa e a mãe. O mesmo sucede com o desemprego e a ignorância. A água corrente e a eletricidade na casa aliviam a carga da mulher. O grande número de crianças e mulheres sem casa em nossos povos, alguns até morram nos lixões, é um terrível castigo, pelo fato de que todavia estamos nas redes da velha sociedade que nos apresenta sua face mais viciosa na época de sua decadência. A situação da mulher e da criança nunca foi tão difícil como nos anos de transição do velho para o novo. As facilidades de cuidado infantil, restaurante e lavanderia devem oferecer vantagens tais que desfazem a velha e fechada unidade familiar sustentada por completo nos ombros curvados da dona de casa. Os cuidados dos meninos em centros públicos e a alimentação em restaurantes comunais representa maior economia que nos gastos familiares. É impossível avançar deixando para tráz a mulher.... Da escravidão da mulher têm crescido preconceitos que penetram profundamente por todos os poros de nossa consciência nacional.  

 "A igualdade não formal, mas sim real, da mulher, só é possível num regime onde a mulher da classe operária seja dona de seus instrumentos de produção e distribuição, participando de sua administração e tendo a obrigação do trabalho nas mesmas condições que todos os membros da sociedade trabalhadora; ou seja, essa igualdade só é realizável depois da destruição do doente regime capitalista, o maior açoite da mulher, o chicote incansável, nesse novo modelo de família e sua substituição por formas econômicas comunistas." 

 "Por isso, a luta da mulher e do homem deve ser dirigida de forma inseparável." 

 "Toda relação da operária com o feminismo burguês e as alianças de classe debilitam as forças do proletariado e retardam a revolução social, impedindo assim a realização do comunismo e a libertação da mulher."

Nós mulheres só nos libertaremos, com a libertação de todo o povo, nos organizando em movimentos feministas, numa luta por igualdade, nos defendendo e nos politizando. Nos organizamos em núcleos territoriais em uma coordenação geral em bairros, vilas, em todas as áreas rurais e urbanas. Esta organização requer uma elevação da consciência de classe, requer a politização da mulher como uma questão chave na conquista de sua emancipação, ou seja, que ela participe massivamente das organizações combativas geradas por toda a sua classe, senhora e dona de sua história, independente de raça, credo ou opção sexual.

Por isso nosso programa de lutas da FMGO- Federação de Mulheres do Estado de Goiás está profundamente inserido nas lutas de todo o povo em geral e das mulheres em particular, porque elas enfrentam maiores obstáculos que os homens para participar da luta social. Aqui em Goiás na política nem mesmo somos vistas, a mulher faz a política dos bastidores. No campo e na cidade, uma luta se coloca como questão chave para a participação da mulher; a luta pela construção e manutenção de creches em horário integral para nossas crianças. 

Combatemos a cultura imperialista, que despeja sobre as jovens sua cultura da alienação, das drogas, da prostituição, da ditadura da moda mostrada pela Rede Globo de Televisão, dos shopping centers , modelos e de toda essa mídia safada e alienadora e das igrejas rasas de pregações baratas, com seus representantes demagogos e outras. Enfim, todo o conjunto de atitudes degeneradas divulgadas como demonstração de modernidade. Buscamos também desenvolver a Solidariedade Popular, isto é, buscar soluções coletivas para os problemas das famílias mais necessitadas e de nossas mulheres massacradas pela violência, contrapondo nossa ação à demagogia dos programas assistencialistas do Governo de Goiás, ditador, neoliberalista e suas instituições ideológicas auxiliares, que seguem a receita do imperialismo: empurrar para a miséria absoluta milhares de famílias e utilizar-se desses programas para garantir sua dominação, mantendo-as totalmente marginalizadas, empurradas dentro do sistema de transporte urbano, como gado no curral, economicamente dependentes, humilhadas pela esmola e incapacitadas de se organizarem para a luta.

Percebemos assim, que toda mulher é vitimizada, mesmo aquelas com mais consciência política, ainda assim se permitem aos açoites e sujeitam-se a algum tipo de violência e demagogia. Sendo assim a FMGO defende a organização classista e independente das massas. E viva ao fortalecimento da luta pelos direitos da mulher.

Sendo assim, eu Jucilene Pereira Barros, desejo um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, a todas as minhas companheiras que fazem parte da FMGO. Um Feliz Ano Novo, com muitos avanços em nossas lutas, queridas companheiras e companheiros que apoiam a causa da mulher. Nada é mais charmoso do que um homem feminista. E não nos esqueçamos que o machismo infelizmente não é uma doença só dos homens. Que nesse ano que se aproxima tenhamos a coragem de nos perguntar aonde está o nosso machismo e o que fazemos com nossas companheiras?

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Uma retomada e muitas vitórias

Da esquerda para a direita: Nilda Martinez, Ana Maria, Rosa Mônica e Jucilene Pereira Barros

Pirinópolis é cidade importante por sua história de violência escrava dos tempos da colonização e de dependência do Brasil à colônia de Portugal e pelo turismo de Goiás. Suas ruas parecem demonstrar os gemidos dos escravos submetidos ao regime do esvaziamento humano de homens e de mulheres. Mas também testemunham a arte e a beleza emanadas das mãos de quem foi arrastado de suas terras africanas  para produzir à força para brancos desumanos. Testemunham, contudo, a vitalidade e o investimento atuais de seu povo, não só do município como do estado de Goiás. 

Nesse último dia 18 de novembro de 2011, Pirinópolis, através de seu povo e de suas autoridades, testemunha outro fato histórico.  Esta cidade histórica recebeu dezenas de mulheres de todo o estado e do Brasil para retomar a construção da Federação de Mulheres Goianas. Essa federação é uma síntese das lutas que se levantam em todo o Brasil desde o enfrentamento da ditadura militar, que tantos males impôs ao Brasil e ao nosso povo, calando-nos, matando nossos/as líderes e promovendo uma das mais estrondosas entregas de nossa soberania aos interesses imperialistas comandados pelos Estados Unidos. A Federação de Mulheres Goianas já atuou contra a ditadura e contra a corrupção neoliberal impetrada por Collor de Melo, tanto que ajudou a puxar o movimento por seu impedimento como Presidente da República. Mas foi autora e diretora de muitos projetos em favor das mulheres e das famílias, como é o caso de sua participação nos mutirões de construção de casas populares para as famílias pobres, de repercussão mundial.

Agora a Federação de Mulheres Goianas se reorganiza em congresso, em Pirinópolis. Por isso devo em primeiro lugar agradecer a companheira Rosa Mônica, Gragueiro Ferreira pelos anos em que atuou à frente dessa instituição, fazendo história. Esse agradecimento se estende a todas às companheiras que com ela atuaram, enfrentando dificuldades terríveis. Certamente identificaremos cada uma e lhes demonstraremos reconhecimento. Pois integram a história desse estado no sentido de não se vergarem à escravidão e à violência, que desagregam  as pessoas e os povos. Agradeço também, e muito, de todo o coração, a acolhida da querida Rosa Mônica e da grande Presidenta da Associação das Mulheres de Pirinópolis, a companheira Nilda Martinez. Vocês foram incansáveis na recepção de alto nível que fizeram de todas as mulheres e autoridades que participaram do ato de abertura e que nos acompanharam durante o desenrolar do congresso. Agradecemos as autoridades do município e do estado pelo apoio de diversas maneiras, que se fizeram presentes ou representadas. Agradeço em especial as presenças das companheiras Ana Maria, que representou a Federação Democrática Internacional de Mulheres e a Confederação de Mulheres do Brasil e a companheira Tereza Bittencourt, que representou a Federação de Mulheres de Brasília e o Ministério da Saúde e a companheira Teresa Cristina Nascimento Sousa, Secretária de Assuntos da Mulher do Município de Goiânia. Registro gratidão às secretarias de governos de vários municípios, aos partidos representados e às igrejas católicas e evangélicas que participaram do ato de abertura do congresso e de muitos de seus atos. Enfim, os agradecimentos se estendem a todas as mulheres e aos homens que participaram do congresso e da refundação dessa federação. 

Em segundo lugar, destaco que a luta continua e é igualmente árdua. O neoliberalismo ainda não acabou e o imperialismo, embora decadente e cambaleante, ainda nos suga. A Pátria Brasileira exige que suas filhas e filhos continuem de pé na luta. Inúmeros projetos de cunho municipal, estadual, federal e mundial pedem nossa participação corajosa e entusiasmada. É fundamental que nos unamos em torno da luta principal. Muitas companheiras serão candidatas por vários partidos nas eleições do ano que vem. Mas a unidade em torno da Federação de Mulheres Goianas pede grandeza e capacidade de superação de tantas dificuldades que nossas mulheres e homens vivem em Goiás. Cada mulher que se filiar aos núcleos municipais e associações, em todos os recantos do estado, é fundamental para essa luta. A opressão e as violências contra as mulheres serão enfrentadas e superadas com muita luta e unidade. Esta é da natureza de nossa luta: integramos a Confederação de Mulheres do Brasil e a Federação Democrática Internacional de Mulheres, que funciona em 130 países. Lá como aqui todas nos uniremos. Cada ato e projeto que construirmos repercutirá em todo o mundo. É hora da unidade e contamos com as mulheres e com os homens. Creio que nossa federação inova no sentido de que elegeu os departamentos ecumênico - com o objetivo de agregar na luta das mulheres as várias religiões das participantes - e o da diversidade - no sentido de agregar as mulheres que sofrem discriminação por sua opção sexual e lutar contra o mal que divide e enfraquece as pessoas. 

Há fotos dos atos congressuais em Pirinópolis, mas as fotos mais importantes são as das luta cotidianas registradas por nossa consciência crescente e pela nossa prática corajosa.  Aqui vale citar frases do discurso do Prof. e Bispo Dom Orvandil, que falou no ato de abertura do congresso. Disse ele: “Diógenes morava em bueiros em Atenas, carregava consigo uma tigela e um lampião. Morava assim e pedia comida para dizer à elite dominante que não era necessário tanta luxúria para ser feliz. Com o lampião em punho caminhava pelas praças em busca de um homem justo e da justiça. Não, de modo algum devemos copiar o filósofo, um dos pais do cinismo, a buscar migalhas doadas pela classe dominante, principalmente do imperialismo de hoje, nem a procurar a justiça como se esta fosse algum fantasma escondido em lugar privilegiado nem nos abatermos com a violência que empurra milhares de famílias para as sarjetas e bueiros. Não, a justiça deve ser construída na luta e sua luminosidade acesa por todas as mulheres e homens que lutam contra as discriminações e a pobreza, causadas pelos que nos roubam e se engalanam na luxúria da injustiça e na concentração de renda e de riquezas. Nossa Federação retoma a luta por justiça e conta com mulheres e homens na construção de uma sociedade sem bueiros como moradia e sem tigelas com porções de esmolas. À luta todas/os por justiça nas praças e em toda a parte”. 

Contem comigo nessa luta,
Jucilene Pereira Barros – Presidenta da FMG.    

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